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Foto do escritorAna Caivano

EMPRESÁRIO, QUAL É A IMPORTÂNCIA DE NEGOCIAR SUA DÍVIDA BANCÁRIA?

As dívidas com bancos (públicos ou privados) são extremamente comuns ao setor empresarial brasileiro. Isso porque, as instituições financeiras bancárias, apesar de não serem as únicas, são, certamente, a fonte de recursos financeiros de maior facilidade de acesso em nosso país. Basta que o empresário se dirija a um banco e negocie um crédito. 


Assim sendo, quando o empresário necessita de recursos em dinheiro, em geral, socorre-se ao banco para formalizar a contratação de um financiamento de veículo, financiamento de maquinário, ou até mesmo de capital de giro, cheque especial, e por aí vai. 


Há problema nisso? A princípio, não. Contudo, o problema começa de fato a aparecer quando o empresário, em virtude de dificuldades financeiras, da crise, da pandemia ou até mesmo de falta de organização de suas finanças, começa a tornar-se reiteradamente inadimplente perante o banco. 


Os juros remuneratórios (cobrados no período de normalidade contratual, antes, portanto, de qualquer inadimplemento) somam-se aos juros moratórios (cobrados a partir de quando o empresário não consegue honrar seu pagamento), às multas, comissões de permanências e outros tantos encargos previstos em lei e também no contrato bancário, fazendo o valor original da dívida crescer de maneira galopante. 


Surge então a famosa bola de neve! O valor do débito que, inicialmente, já era alto torna-se, por fim, impagável. 


Nome da pessoa jurídica comprometido, inscrição nos cadastros de proteção ao crédito (SPC, Serasa), falta de crédito na praça, desonra, falência. A isso podemos acrescentar ausência de recursos para pagar fornecedores, funcionários, insumos, produtos, energia elétrica. Um completo caos!


O que fazer? Inicialmente, manter a calma. Isso mesmo. De nada adiantará acrescentar ao caldeirão caótico já existente o ingrediente “desespero”. A calma é fundamental para esse momento. 


Depois, o ideal é analisar todo o histórico do débito perante o banco, desde a contratação, até o momento atual. Avaliar detalhadamente a evolução do débito, os extratos bancários, as quantias cobradas pelo banco. Toda essa análise é importante para verificar a existência de possíveis irregularidades. 


Muitas vezes o empresário pode estar pagando juros abusivos, encargos ilegais, tarifas proibidas por lei, seguro embutido na operação como venda casada. Por isso, a  chamada revisão bancária não é apenas o melhor, mas sim o único caminho possível no início do trabalho. 


Uma vez identificados todos os pontos relevantes do contrato e do débito, é interessante iniciar um relacionamento com o banco credor para envio de proposta de quitação do débito, à vista ou parceladamente. Faça propostas, estude as contrapropostas, avalie cada cláusula e valor oferecido pelo banco, sempre tomando cuidado com as renegociações (muitas vezes elas parecem um sonho e se mostram verdadeiros pesadelos). Feito o trabalho, certamente, você empresário e o banco terão todos os elementos essenciais para firmarem um excelente acordo para as duas partes. 


Portanto, recapitulando: solicite cópia de todos os contratos firmados com o banco, bem como de todos os extratos bancários a partir das contratações (é seu direito ter em mãos todos esses documentos); analise a evolução do débito; questione eventuais omissões ou lacunas nos documentos; faça contas; analise a taxa de juros e demais encargos; inicie um relacionamento com o banco mostrando-se aberto a negociação; só assine uma renegociação estando certo de que o acordo é interessante para as duas partes, e não somente para o banco.


Espero ter ajudado. 

Até a próxima.

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